Brasília, 8 de outubro de 2023 - Em uma entrevista exclusiva para o Jornal Correio Brasiliense, Cleunice Castro, renomada professora voluntária de artesanato, e a Doutora Kerolyn Ramos Garcia, coordenadora executiva do Programa UniSER-UnB, compartilharam suas perspectivas sobre a crescente população de pessoas idosas no Distrito Federal e a necessidade de incluí-las no mercado de trabalho e em atividades de capacitação.
A carência de atividades educacionais voltadas ao envelhecimento saudável e ativo motivou um grupo de pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB), liderados pela professora Margô Karnikowski, a criarem o curso de extensão Universidade do Envelhecer (UniSER) em 2015. O programa visa a promoção da qualidade de vida e as mudanças de paradigmas da população madura, por meio de uma capacitação que permite a ela atuar na própria velhice, de forma que essas pessoas tornem-se participativas e ocupem espaços na sociedade.
O curso de educador político e social em gerontologia, ofertado a cada semestre e com duração de um ano e meio, formou mais de mil participantes e também possibilita a atuação em instituições que prestam serviços para pessoas idosas. Os educadores tornam-se, portanto, agentes de transformação social e política, que promovem o empoderamento, a autonomia, a cidadania e a ampliação das capacidades na vida adulta.
Cleunice Castro, 66 anos, foi aluna da UniSER e hoje atua como professora voluntária de artesanato na instituição. Chegada em novidades, ela, que sempre foi costureira e artesã, ficou sabendo pela filha da oportunidade de iniciar o curso de educador político e social em gerontologia. Não perdeu tempo e fez sua inscrição em 2016.
As principais motivações estavam em obter mais conhecimentos sobre os direitos das pessoas idosas, além de crescer emocionalmente. "Lá, eu estava sempre com a mente ocupada, fazendo amizades e me sentindo atualizada sobre as coisas. O curso me manteve ativa e longe da tristeza", comemorou.
Quando finalizou a formação, em 2017, foi chamada para ser professora voluntária e organizadora de eventos na instituição. Lecionar, para ela, foi a realização de um antigo sonho. "Sempre tive o desejo de dar aulas, então, hoje me sinto realizada. Percebo que muitos idosos também têm vontade de progredir, se desenvolver, mas falta apoio da família e da sociedade, que desacreditam em seu potencial", destacou.
Manter-se ativa é, para Cleunice, sinônimo de saúde. Doutora Kerolyn Ramos Garcia, doutora em ciências e tecnologias em saúde e coordenadora executiva do UniSER, reforça que o programa interliga diferentes gerações, algo fundamental para promover a socialização das pessoas idosas. "Sempre falamos que, na melhor das hipóteses, todos vamos envelhecer, então, que façamos dessa fase a melhor possível. Nesse contexto, as ações educativas nos ajudam a viver melhor, afinal, estamos sempre em processo de aprendizagem", argumentou.
À medida que a população de pessoas idosas continua a crescer, as palavras de Cleunice Castro e Doutora Kerolyn Ramos Garcia servem como um lembrete importante de que a inclusão ativa e o reconhecimento das contribuições dos idosos são essenciais para o futuro do Distrito Federal. Com a devida atenção e apoio, a terceira idade pode desempenhar um papel significativo no desenvolvimento econômico e social da região.
Cleunice Castro, 66, foi aluna da UniSER e atua como professora voluntária de artesanato e organizadora de eventos na instituição - (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
Acesse a reportagem completa no link: https://www.correiobraziliense.com.br/cidades-df/2023/10/5131665-populacao-de-pessoas-idosas-cresce-e-e-o-futuro-da-mao-de-obra-no-df.html
Comments